"Tudo que vejo, escuto ou sinto, faço ligação
direta com a dança."
Crédito: Alcel Bett
A frase acima é do bailarino da São Paulo Cia. de
Dança, Rafael Gomes. Aos 27 anos, ele já teve a oportunidade de trabalhar com
alguns dos melhores coreógrafos do mundo, como William Forsythe, Marco Goecke e
Nacho Duato. E ensaia os próximos passos: realizar nos palcos a fusão de moda,
artes plásticas, música e dança. "Já iniciei as investigações e minha
diretora Inês Bogea vem me ajudando bastante nos pensamentos, assim como Raquel Davidowicz,
outra mulher iluminada das artes", agradece.
Rafael, que iniciou seus estudos aos 13 anos de idade, no Centro de
Dança Rio, já passou pela Cia. Jovem de Ballet e pela Cia. de Dança Deborah
Colker. Das produções que já participou, ele destaca duas em especial:
"NÓ", de Deborah Colker - "que me transformou de criança em
adulto" -, e "PEEKABOO", de Marco Goecke - "fui para Stuttgart, na Alemanha, com a equipe da São Paulo
Cia. de Dança e estreamos em Wolfsburg com um dos solos mais lindos que já fiz
na minha vida.
A descoberta da dança, para ele, tem ligação com suas raízes. "Meu
avô sempre foi um sambista nato, minha avo uma seresteira e minha mãe fã de
rock. Aos seis anos, eu ganhava CDs de Trinere, Madonna, Xuxa. E nesta época já
fazia coreografias dentro do quarto", conta ele.
A família, aliás, é a maior incentivadora do seu trabalho,
comparada por Rafael a uma torcida organizada. "Uma vez ganhei um solo da
Deborak Colker e na estreia eles foram até de faixa", conta. O que para
alguns seria motivo de vergonha, para ele foi de orgulho. "Eu amei. Eles
sempre me apoiaram em todos os momentos, nas produções, nos cursos, nos
intercâmbios internacionais."
O bailarino é grande fã de Pina Bausch e Jim
Morrison, e trabalha para ter livre acesso aos seus
pensamentos e transpor para o palco.