Quando criança, Fred Evaristo (31) via
o pai, que é engenheiro, registrar todos os momentos fora de casa. A cada mês
que passava com a família, ele viajava a trabalho ao Oriente Médio outros três.
As imagens eram enviadas juntamente com as cartas, escritas individualmente para
a mulher e cada um dos filhos. As fotos que tirava amenizavam um pouco da saudade. E de
certo modo viraram sinônimo de presença paterna. Em pouco tempo, a câmera analógica
passou de pai para filho, assim como a paixão pela arte de fotografar.
"Ganhei-a quando tinha por volta dos oito anos de idade. Logo me
transformei no fotógrafo da família", recorda.
Se não fosse fotógrafo, Fred brinca
que seria bipolar. "Fotografia me acalma. Gosto de falar através de
imagens. É a minha forma particular de expressão. " Ele cursou
fotografia na Escola Panamericana de Artes. Mas o conhecimento da arte é
anterior. Considera-se um autodidata. O curso, no entanto, trouxe a segurança
necessária para que ele desenvolvesse sua técnica, começasse a produzir seus
trabalhos autorais e a participar de concursos e eventos sociais.
Um de seus trabalhos preferidos é a
série "A Luz que Não Vemos", com fotografias de São Paulo em
infravermelho, que você confere abaixo. Apesar do ~aspecto glacial~, todas as
fotos foram feitas em pleno verão. "Na fotografia em infravermelho, é
preciso em média 30 segundos de exposição para cada clique. Ou seja, cada foto
é uma surpresa", conta, entusiasmado.